😟 Ansiedade Infantil: Como Identificar, Entender e Ajudar

😟 Ansiedade Infantil: Como Identificar, Entender e Ajudar

Por Cristiane Borges

Você já percebeu seu filho mais nervoso do que o normal? Chorando ao se separar de você? Com medo constante de algo que nem parece real?

Isso pode ser mais do que uma fase. Pode ser ansiedade infantil — um problema cada vez mais comum entre crianças e adolescentes.

E o mais importante: sim, é real. E não, não é frescura.

Neste final de semana, durante um evento em família, presenciei uma cena que me chamou atenção: uma criança começou a demonstrar sinais claros de desconforto. À primeira vista, parecia apenas uma birra, talvez uma forma de expressar que não queria estar ali naquele ambiente. No entanto, algo naquela situação me fez querer entender melhor. Me aproximei, conversei com ela com calma, e foi aí que percebi que tinha algo a mais acontecendo ali.

Essa experiência me motivou a vir aqui e escrever para vocês sobre um assunto que ainda é um mistério para muita gente: a ansiedade infantil. Afinal, será que criança tem ansiedade?

A resposta é sim! E mais do que isso: é mais comum do que a gente imagina.

Mas afinal, o que é essa tal ansiedade infantil?

De forma geral, a ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de medo, pressão ou incerteza. É como um alarme interno que dispara para nos deixar atentos, em estado de alerta. Todo mundo sente ansiedade de vez em quando — inclusive as crianças. O problema acontece quando esse alarme fica disparando o tempo todo, mesmo quando não existe um perigo real por perto.

Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a ansiedade passa a ser considerada um transtorno quando causa sofrimento real e interfere na rotina da criança — seja na escola, em casa ou nas relações com outras pessoas. Ou seja, quando deixa de ser algo pontual e passa a afetar o dia a dia, é hora de prestar atenção.

E Como perceber os sinais da ansiedade infantil?

Nem sempre é fácil identificar quando uma criança está ansiosa. Muitas vezes, os sinais passam despercebidos ou são confundidos com birra, timidez, desobediência ou até preguiça. Mas a verdade é que a ansiedade infantil pode se manifestar de diferentes maneiras — e entender esses sinais é essencial para saber quando e como agir.

A ansiedade pode aparecer tanto no comportamento quanto nas emoções e até no corpo da criança. No dia a dia, é comum que ela demonstre preocupação exagerada com situações pequenas, pensamentos negativos frequentes, dificuldade de concentração nas tarefas, medo de coisas que não representam um perigo real, irritabilidade sem motivo claro e até comportamentos repetitivos, como roer unhas, balançar as pernas ou estalar os dedos.

Fisicamente, a criança também pode apresentar sintomas bem evidentes, como dores de cabeça frequentes, falta de ar, boca seca, palpitações, tensão muscular, insônia, náuseas, desconfortos no estômago e até suor excessivo, mesmo quando está em repouso ou em situações tranquilas.

É importante lembrar que nem todos os sintomas aparecem juntos, e cada criança pode reagir de maneira diferente. Por isso, observar a frequência e a intensidade desses sinais é fundamental. Quando eles começam a atrapalhar a rotina, prejudicando a escola, o sono, a alimentação ou a convivência social, é hora de buscar ajuda. O apoio de um psicólogo infantil pode ser essencial para entender melhor o que está acontecendo e oferecer as ferramentas certas para que a criança se sinta segura, compreendida e, principalmente, acolhida.

O que causa a ansiedade infantil?

Não existe uma causa única, mas sim um conjunto de fatores. Entre os mais comuns:

  • Fatores ambientais: mudanças na rotina, conflitos familiares, excesso de estímulos, bullying, separação dos pais.
  • Stress e cobranças: excesso de tarefas escolares, pressão para tirar boas notas, medo de decepcionar os pais.
  • Predisposição genética: crianças com pais ansiosos ou depressivos têm mais chances de desenvolver ansiedade.

🛠️ De que maneira podemos ajudar uma criança ansiosa?

Se você identificou vários desses sinais, o primeiro passo é acolher, não julgar. Lembre-se: o sofrimento dela é real, mesmo que pareça “bobagem” para um adulto.

Aqui vão algumas dicas práticas:

Converse e escute: deixe a criança expressar seus medos sem crítica. Valide o que ela sente.
Crie uma rotina previsível: isso dá segurança e diminui o medo do desconhecido.
Evite exposição a conteúdos estressantes: excesso de telas, notícias violentas ou tarefas demais podem agravar os sintomas.
Ensine técnicas de respiração: ajuda a controlar o corpo durante momentos de crise.
Busque ajuda profissional: psicólogos especializados em infância são fundamentais para diagnóstico e tratamento. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos, sempre com orientação médica.

Recadinho importante!

A ansiedade infantil é mais comum do que se imagina — e precisa ser levada a sério. Com atenção, empatia e apoio profissional, é possível ajudar a criança a entender seus sentimentos, desenvolver confiança e lidar melhor com os desafios da vida.

Se você é pai, mãe, educador ou cuidador, fique atento aos sinais e ofereça suporte. Você pode ser a ponte entre a angústia da criança e um futuro mais leve e saudável.