Para conter erosão na praia, Meaípe recebe obras de 67 milhões
Após anos de erosão, começou, na segunda-feira (13), a obra de alargamento da areia da praia de Meaípe, em Guarapari. A praia, que chegou a ser considerada uma das melhores do Brasil, vivia cercada de turistas. Mas nos últimos anos, os frequentadores sumiram, assim como a areia.
Para quem mora e trabalha no local, o cenário representa prejuízo. O empresário Vinícius Brina Gramiscelli, afirma que os banhistas buscam outros locais mais propícios para se refrescar.
“Hoje está deserto. No verão sempre tem movimento, mas na invernada não tem, pois não temos praia. Então as pessoas preferem ir a um lugar que tenha”, afirma.
O avanço do mar vem causando destruição e prejuízos para moradores e comerciantes. Em 2019, uma ressaca destruiu quiosques e árvores. A água avançou cinco metros, invadiu casas e até um carro caiu no mar. O motorista foi resgatado por moradores.
De lá para cá, rochas foram colocadas para evitar novas erosões. Atualmente, ainda há reflexos, como um trecho de pista que foi abaixo. A Idalina Vieiras Matos é dona de um restaurante no local e acompanha há 20 anos o avanço do mar.
“O mar foi subindo e a areia foi sumindo. Nós ficamos preocupados com aquilo e chegou ao ponto da água ficar esbarrando no quebra-mar”, relata.
Especialistas apontam que a formação de um aterro na praia é a solução para evitar que o mar continue avançando. Em 2021, uma ordem de serviço foi assinada, mas a obra nunca deu início.
“A licitação foi declarada vencedora em 2021. Tivemos a ordem de serviço em 1º de dezembro daquele ano e, imediatamente, iniciamos a obra com licenciamento ambiental, projetos base e executivo. Teve um escopo, que foi a construção da contenção da ES-060. Esse período, de certa forma, causou uma ansiedade na comunidade, em virtude dos processos administrativos”, explicou o gerente de contratos Jan de Nul do Brasil, Vinícius Delfim.
A obra, que teve início quase um ano e meio após o anúncio, está orçada em R$ 67 milhões. Uma tubulação com 800 metros de extensão e uma draga vão captar a areia no fundo do mar e levar para a orla. Serão aproximadamente 1,2 milhão de metros cúbicos de areia para alargar a faixa.
A previsão para ficar tudo pronto é de seis meses. Durante esse período, haverá interdições para os banhistas.
“Vamos instalar tapumes em algumas regiões, principalmente em local de tráfego de caminhões, para que haja segurança. Se algum momento tiver restrição para tráfego de veículos, vamos sinalizar. Na praia, em alguns momentos, vamos ter que interditar”, explicou Delfim.
Com o pontapé inicial dado, os comerciantes e frequentadores vislumbram que Meaípe possa voltar a figurar entre as praias mais bonitas do Brasil.
O Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) informou que, entre os serviços que estão realizados, estão a contenção do processo erosivo num trecho de 3.300 metros, além da execução da dragagem, aterro hidráulico, construção de enrocamentos, como espigões, molhes ou quebra-mares com objetivo de proteger as áreas costeiras da ação de ondas marinhas.
As obras incluem também a alimentação artificial da praia, também chamada de engordamento, que vai promover a reabilitação do trecho costeiro em, aproximadamente, 40 metros.
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