Linhares inaugura aeroporto de última geração, mas rodoviária ainda é um sonho distante

Linhares inaugura aeroporto de última geração, mas rodoviária ainda é um sonho distante

Na última segunda-feira, os céus de Linhares, no norte do Espírito Santo, testemunharam um evento histórico: o primeiro voo comercial aterrissou no recém-inaugurado Aeroporto Municipal. A aeronave, operada pela companhia Azul, trouxe consigo não apenas passageiros, mas também uma dose generosa de ironia, destacando uma peculiaridade local: Linhares tem um aeroporto, mas, surpreendentemente, ainda carece de uma rodoviária.

Enquanto o novo terminal aéreo brilha com sua modernidade e infraestrutura de última geração, os moradores de Linhares não podem deixar de se questionar sobre as prioridades da cidade. Em um país onde os modais de transporte rodoviário são fundamentais para a maioria das cidades, Linhares ousa desafiar a lógica ao investir primeiro em asas antes de rodas.

“É como ter um carro sem ter casa para guardá-lo. O aeroporto é lindo, mas a rodoviária faz falta. Se eu quiser ir para a cidade vizinha, vou ter que voar para lá?”, ironiza Yonara Lorenzutti Silva, moradora local, enquanto observa os aviões decolando no horizonte.

Enquanto as autoridades locais celebram a expansão da infraestrutura aeroportuária como um sinal de progresso, alguns cidadãos não conseguem deixar de se perguntar se não seria mais sensato ter um lugar adequado para os ônibus antes de erguer asas para o céu.

A ausência de uma rodoviária funcional pode ser percebida como uma escolha peculiar, considerando que a maioria dos municípios prioriza o transporte terrestre, mais acessível e utilizado pela população em geral. Afinal, quem precisa de uma estação rodoviária quando pode voar para o trabalho ou lazer?

No entanto, é importante ressaltar que a chegada do primeiro voo comercial é, sem dúvida, um marco para Linhares. O novo aeroporto promete impulsionar o turismo na região e facilitar o acesso de visitantes. Enquanto isso, os moradores aguardam pacientemente pela prometida rodoviária, torcendo para que ela não seja uma miragem em meio às nuvens.