A Cidade é Feita de Encontros: Visita Guiada com Maria Tereza e Renato Ren Acontece Hoje na Galeria OÁ

Nesta terça-feira, 10 de junho, às 16h, a Galeria OÁ abre suas portas para um momento especial: a última visita guiada da exposição A Cidade Sou Eu, com a presença dos artistas Maria Tereza e Renato Ren. A proposta vai além da fruição estética: trata-se de um convite ao diálogo, ao encontro e à escuta. O evento é gratuito e aberto a todos os públicos.
A visita guiada não é apenas uma ferramenta de mediação cultural. É um gesto político e poético. É uma forma de romper com o silêncio tradicional dos espaços expositivos, criando uma ambiência propícia à troca entre quem cria e quem contempla. A exposição A Cidade Sou Eu, em cartaz na Galeria OÁ, trata da experiência urbana como corpo coletivo, como espaço de memória, fricção e identidade — e, nesse contexto, ouvir os artistas falar sobre seus processos e vivências confere novas camadas de sentido às obras em exibição.
A Arte como Ponte: o Olhar de Renato Ren
O artista Renato Ren ressalta a importância de aproximar o público do processo criativo. Para ele, a visita guiada é um momento de encontro real, em que a obra se abre à escuta e ganha vida nova a cada interação:
“Para mim, como artista, é muito importante que a galeria tenha proposto uma visita guiada aberta ao público. Acho que esse tipo de ação aproxima a gente do público de uma forma mais direta, mais humana mesmo. A gente tem a chance de conversar, de explicar melhor o que tá por trás do nosso trabalho, os processos, os conceitos… e isso muda muito a maneira como as pessoas se conectam com a obra.
Também vejo que isso ajuda a exposição a ganhar mais corpo, mais profundidade. Quando o público ouve o artista falar, ele entende nuances que talvez passassem despercebidas só olhando a obra.
E, pra mim, é muito legal ver que a galeria está interessada não só na venda das obras, mas também no que a arte pode provocar de reflexão, de conversa sobre o mundo em que a gente vive. Eu vejo meu trabalho como parte disso, uma forma de levantar questões, de cutucar mesmo e fico feliz quando esse espaço de troca acontece.”
A fala de Ren toca em uma questão essencial da arte contemporânea: sua natureza dialógica. A obra não é um objeto estático, mas um campo de energia em constante transformação. E essa transformação se dá, muitas vezes, no olhar do outro — ou na conversa com esse outro.
Pintura, Palavra e Multiplicidade: a Perspectiva de Maria Tereza
Maria Tereza, que também participa da visita guiada, compartilha uma visão semelhante. Para ela, a presença do artista diante de seu trabalho permite que o público acesse dimensões que extrapolam o visível:
“As visitas guiadas na galeria aproximam o artista do público. Esse momento de exposição do trabalho junto ao artista, apresentando as ideias em torno de sua produção, da materialidade à poética, da conceitualização e das escolhas do fazer artístico abrem caminho para que os visitantes da galeria ganhem nova dimensão do que pode ser a obra além do que o próprio visitante já elaborou a respeito do que viu.
Na visita guiada eu espero apresentar as pinturas para além do que já está dito na poesia escrita e também conversar sobre as interpretações múltiplas que as obras suscitaram em quem as viu.”
Sua obra, marcada pelo trânsito entre pintura e palavra, propõe uma poética aberta, em que o texto visual e o texto verbal se entrelaçam. A visita guiada, portanto, é também um exercício de escuta — da artista com o público, do público com a artista e das obras com o mundo.
A Galeria OÁ como Espaço de Reflexão
Ao propor visitas guiadas abertas, a Galeria OÁ reafirma seu compromisso com a democratização da arte e a criação de espaços de encontro. Em vez de funcionar como um espaço hermético, voltado apenas para o mercado, a galeria se coloca como campo expandido de pensamento, onde a arte se conecta às questões do presente, da cidade, das subjetividades.
Num tempo em que as relações estão marcadas por interações rápidas e superficiais, parar para ouvir um artista falar sobre sua obra — e poder perguntar, comentar, provocar — é um gesto raro. É uma chance de se afetar de forma mais profunda. De ver o que antes passava despercebido. De fazer da arte um espelho e um caleidoscópio, um lugar de encontro com o outro e consigo mesmo.
Não é necessário fazer inscrição prévia. Basta chegar com tempo, com escuta e com curiosidade. Para quem já visitou a exposição, é a oportunidade de vê-la sob nova luz. Para quem ainda não foi, é o momento ideal para mergulhar nesse convite sensível e múltiplo que os artistas nos fazem.
A cidade somos nós. E a arte, como sempre, é o que nos atravessa.
Thais Hilal
Serviço
O quê: Última visita guiada da exposição A Cidade Sou Eu
Com: Maria Tereza e Renato Ren
Quando: Hoje, terça feira, 10 de junho, às 16h
Onde: Galeria OÁ
Quanto: Evento gratuito e aberto ao público
Classificação: Livre
créditos fotos: Cacá Lima

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