A Jornada de Superação de Duda: Uma História de Determinação e Conquistas

A Jornada de Superação de Duda: Uma História de Determinação e Conquistas

Moradora do Bairro Santo Antônio em Vitória (ES), Duda brilha nas Paraolimpíadas Escolares Nacionais

No Bairro Santo Antônio, na cidade de Vitória, Espírito Santo, uma jovem extraordinária chamada Maria Eduarda Oliveira Simões, aos 15 anos de idade, enfrenta diariamente desafios que muitos de nós mal conseguimos imaginar. Portadora da síndrome de Apert, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e transtorno sensorial, Maria Eduarda já passou por mais de 33 cirurgias ao longo de sua vida, envolvendo sua cabeça, mãos e pés.

A síndrome de Apert é uma rara condição genética causada por uma mutação no gene FGFR2, afetando o desenvolvimento craniofacial e esquelético. Caracterizada por crânio alongado, mãos e pés fusionados, essa síndrome apresenta desafios físicos, como dificuldades respiratórias e auditivas. Essa síndrome pouco conhecida requer intervenções médicas, como cirurgias corretivas, para melhorar a qualidade de vida dos afetados. O tratamento abrange uma abordagem multidisciplinar, focando nas necessidades físicas específicas relacionadas à estrutura craniofacial e extremidades.

Aos 11 anos, Maria Eduarda embarcou em uma jornada para São Paulo, onde enfrentou a maior cirurgia de sua vida. Uma experiência que exigiu coragem e resiliência, características que, desde então, tornaram-se parte intrínseca de sua personalidade notável. A cirurgia que durou 16 horas foi para reparação do crânio.

Apesar dos desafios impostos por sua condição de saúde, Maria Eduarda é exemplo de força e superação. Engajada em diversos projetos sociais de inclusão, a jovem participou de atividades tão diversas como remo, dança e alpinismo. No início deste ano, ela se envolveu em um projeto de música, mas, infelizmente, encontrou-se vítima de preconceito e exclusão, um episódio que abalou tanto ela quanto sua dedicada mãe, Jessica Simoes Pinto.

Jessica, uma mãe defensora incansável da inclusão, expressou sua visão sobre o tema, destacando a importância de criar um ambiente que acolha todos, independentemente das diferenças.

“A experiência de Maria Eduarda no projeto de música foi desafiadora, mas não podemos permitir que episódios de preconceito impeçam a participação e a integração. Inclusão é fundamental, não apenas para Maria Eduarda, mas para todos que enfrentam desafios similares. Devemos criar espaços que promovam a aceitação e o entendimento, construindo uma sociedade verdadeiramente inclusiva”, disse Jessica.

Contudo, Jessica não permitiu que essa adversidade minasse a determinação de sua filha. Ao invés disso, incentivou Maria Eduarda a aceitar um convite do professor Arlindo Anchieta, ligado ao universo do atletismo. Essa decisão revelou-se crucial para a transformação na vida de Maria Eduarda.

 

Desde setembro, Maria Eduarda tem brilhado nos campos de atletismo, conquistando não apenas a admiração de todos ao seu redor, mas também três medalhas de ouro na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), nas Paraolimpíadas regionais, o que levou a adolescente a estar nas Paraolimpíadas Escolares Nacionais em São Paulo.

Ela embarcou no início da semana e retornou hoje, neste sábado, dia 02, onde foi recepcionada no aeroporto Eurico de Aguiar Sales carregando consigo mais medalhas e quebra de recordes que ecoam suas conquistas atléticas e sua incrível jornada de superação.

Vale ressaltar que a participação nas Paraolimpíadas exigiu de Maria Eduarda uma independência ainda maior, viajando sem a presença da família. Essa experiência, no entanto, trouxe um crescimento extraordinário para a jovem que, desde o momento em que veio ao mundo, vem se superando e inspirando a todos ao seu redor.

Maria Eduarda é mais do que uma atleta notável; ela personifica a resiliência, a coragem e a capacidade de superação que muitas vezes subestimamos. Sua história é um testemunho da força do espírito humano e um lembrete de que, com determinação e apoio, podemos conquistar grandes feitos, independentemente dos obstáculos que a vida nos apresenta.