Deputados cobram medidas contra crime organizado após assassinato de menina na Serra

Após o assassinato da menina Alice Rodrigues, de seis anos, no último domingo (24), em Carapebus, na Serra, deputados estaduais intensificaram a cobrança por medidas mais duras contra o crime organizado no Espírito Santo. O episódio, classificado como “terrorismo” pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União), mobilizou parlamentares que defendem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação das facções criminosas no Estado.
Durante a sessão desta segunda-feira (25), o clima foi de indignação. Alice foi morta após criminosos dispararem contra o carro de sua família, ao confundirem o veículo com o de um grupo rival. O caso já resultou na prisão de seis suspeitos e foi tratado pelos deputados como um reflexo da escalada da violência.
Marcelo Santos defendeu maior integração entre os poderes para enfrentar a crise.
“A pequena Alice foi alvo de um ataque terrorista. É o nome que temos que dar. Não é troca de tiros. Precisamos fazer com que o Congresso Nacional pare de apenas debater ideologia partidária e trabalhe em prol do Brasil. Nós precisamos dar uma resposta à sociedade que já não aguenta mais”, afirmou.
Segundo ele, as facções já expandiram seus negócios para além do tráfico de drogas, atuando em diversos setores da economia.
O deputado Alcântaro Filho (Republicanos) abriu oficialmente o pedido para a instalação da CPI das Facções, justificando que o Legislativo precisa ter um papel mais efetivo de fiscalização. Até agora, ele já conseguiu sete das dez assinaturas necessárias para a abertura da investigação. O parlamentar também lembrou o caso da adolescente Sophia Vial, de 15 anos, morta em Vila Velha após disparos feitos por homens que passaram atirando de moto.
“Quantas vidas mais vamos perder para a guerra do tráfico no Estado? Tivemos estudiosos dizendo que o Espírito Santo vive reflexo, com delay, do que acontece no Rio de Janeiro. Ou seja, daqui a 15, 20 anos, poderemos estar dominados pelo tráfico de drogas”, disse Alcântaro.
Outros deputados também se manifestaram. Dary Pagung (PSB) e Fábio Duarte (Rede) pediram punições rigorosas e maior atuação do Judiciário. Iriny Lopes (PT) destacou a importância de políticas preventivas, além do endurecimento penal. Já o delegado Danilo Bahiense (PL) e Alexandre Xambinho (Podemos) defenderam reforço policial imediato na Serra, onde a violência das facções vem se intensificando.
A deputada Janete de Sá (PSB) sugeriu a criação de uma força-tarefa envolvendo todos os poderes e instituições, reforçando que o avanço do crime organizado é uma ameaça nacional.
“O comando do nosso Estado não está na mão do crime e aqui não vai se criar”, declarou.

Moderação e Revisão de Conteúdo Geral. Distribuição do conteúdo para grupos segmentados no WhatsApp.