Questão da despoluição de lagoa ganha atenção no Meio Ambiente

Questão da despoluição de lagoa ganha atenção no Meio Ambiente

Moradores da região cobraram providências para despoluição da lagoa. Já representante da Cesan apontou necessidade de mais ligações à rede coletora de esgoto

A Lagoa Juara, situada em Jacaraípe, Serra, está num circuito turístico com diversos empreendimentos. O lugar recebe de 3 a 4 mil pessoas por final de semana, que muitas vezes se deparam com esgoto no local. A despoluição dessa lagoa foi pauta da reunião da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente, realizada nesta quarta-feira (27), no Plenário Rui Barbosa.

Confira as fotos da reunião

Um dos participantes foi Claudiney Rocha, técnico em Meio Ambiente, morador de Jacaraípe e atuante em causas ambientais. Ele falou sobre os impactos da poluição na Lagoa Juara. “Afeta a fauna e a flora, e o consumo da pesca. Tem vários pescadores artesanais que vivem da pesca na lagoa. Afeta também o turismo. O turista chega e vê situações que não gostariam de estar vendo. Os impactos ambientais e socioambientais são grandes na Lagoa do Juara”, disse.

O técnico em meio ambiente acrescentou ainda que os pescados vendidos na região não são da lagoa. “Havia um projeto de piscicultura que hoje não está ativo. O pescado que hoje vende ali nos comércios vem de fora. Nós temos restaurantes e peixarias, mas o pescado – que antigamente era retirado da Lagoa Juara – não é produzido ali”, lamentou.

Cesan

Douglas Couzi, gerente de Parcerias Público-Privadas (PPPs) da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), falou sobre a situação atual nas proximidades da lagoa. “Na região da Lagoa Juara as bacias de esgotamento sanitário têm 95% de cobertura, no entanto, a adesão é um pouco abaixo do esperado”, disse. Douglas destacou que as pessoas que não se conectaram à rede acabam lançando esgoto in natura em algum córrego e que alguma parte pode cair na lagoa.

“Com relação à eficiência do tratamento, todo esgoto tratado pela Cesan é devidamente tratado de acordo com as regras ambientais, com a legislação e é devolvido para a natureza. E nós nos colocamos a disposição de toda a população para maiores esclarecimentos e qualquer tipo de extravasamento que ocorrer, tanto em poços de visita – que são aqueles tampões que ficam no meio da rua – quanto em estações elevatórias de esgoto, ligue para o 115 que nós vamos atender no tempo mais rápido possível”, garantiu.

Questionamentos

Durante a reunião, o representante da Cesan foi questionado sobre o acesso às análises realizadas. “A Cesan envia as análises do efluente da estação de tratamento, mensalmente, aos órgãos ambientais: ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e a Agência de Recursos Hídricos (Agerh), que controla a questão da outorga ambiental. No site da Agerh são disponibilizados esses dados para o acesso e emissão do boletim, que é emitido trimestralmente pela agência”, explicou.

O presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente, deputado Gandini (PSD), salientou que o objetivo da reunião foi justamente entender o que está sendo feito, para que o colegiado, junto com os moradores, possa acompanhar as ações futuras.“Ficou claro que existe poluição na lagoa e que precisamos tomar algumas ações para entender como a gente pode avançar. Uma delas é fiscalizar as oito mil ligações que ainda não foram feitas na rede. A Cesan afirma que está disponibilizado e as pessoas não ligaram. Nós vamos pedir providências à prefeitura para notificar essas pessoas. Vamos tentar entender por que não ligaram e dar a elas o conhecimento de que está irregular”, enfatizou.

Outra ação prometida pelo parlamentar é verificação dos sistemas que estão em funcionamento. “Existe uma fala da própria comunidade que os sistemas não estão funcionando, tanto as elevatórias, quanto a própria estação de tratamento. Então, nós vamos ao local fiscalizar os sistemas”, garantiu.

Por fim, Gandini alertou sobre a necessidade de fazer análise em outros pontos da lagoa para saber se há contaminação nos peixes pescados na região. A preocupação trata sobre a insegurança alimentar para a população. Também serão solicitados os exames de balneabilidade para a praia de Jacaraípe e demais localidades.

Estiveram na reunião Jouze Ferrari, assessora da Diretoria Operacional da Cesan; Maurício Gomes, presidente da CBH Rio Novo; Flávia Pitanga, representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama); Hugo Alves, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema); e Aline Keller, representante da Agência de Recursos Hídricos (Agerh).

Fonte: Assembleia Legislativa