Vereadores da Serra recebem críticas por reajuste enquanto população enfrenta desafios

Vereadores da Serra recebem críticas por reajuste enquanto população enfrenta desafios

Em sessão extraordinária, Câmara aprova aumento para vereadores, gerando questionamentos sobre prioridades em meio a dificuldades econômicas

Na manhã da última terça-feira, a Câmara da Serra votou a favor de um aumento de 23,1% no tíquete-alimentação dos servidores do Executivo, elevando-o de modestos R$ 650 para R$ 800 a partir deste mês. Contudo, para delírio da comunidade, os nobres vereadores decidiram, de forma inusitada, estender essa benesse também para si próprios, elevando seus tíquetes para extravagantes R$ 1.230. A justificativa? Seus “pratos mais fundos” precisam ser alimentados com cifras mais robustas, uma ironia que só poderia vir de quem legisla para além da realidade.

A emenda, apresentada pela Mesa Diretora da Câmara, foi aprovada durante um recesso legislativo em uma sessão extraordinária convocada pelo presidente Saulinho da Academia (PDT).

A população, incrédula diante da urgência dessa votação, não pôde deixar de questionar a lógica de conceder esse aumento aos vereadores, que já nadam em salários consideráveis após um incremento generoso nesta mesma legislatura.

Vereador e Presidente da Câmara da Serra, Saulinho da Academia

O projeto original, gentilmente proposto pelo prefeito, destina R$ 19,7 milhões adicionais ao orçamento para beneficiar cerca de 11 mil servidores do Executivo. Entretanto, as críticas brotam como capim na rama sobre a falta de correspondência entre as necessidades da população e os benefícios regados aos vereadores.

A legislação que regula o tíquete-alimentação foi caridosamente alterada em dezembro de 2022, incluindo os vereadores como beneficiários do auxílio, tornando esta legislatura a mais agraciada para os nobres parlamentares na história do município da Serra. A população, perplexa diante dessa benevolência, questiona tal decisão, especialmente porque os próprios vereadores determinam seus horários, sendo obrigatória a lista de presença apenas durante as sessões legislativas.

Desfilando com seus salários de R$ 9.740,57, que se elevarão para generosos R$ 17.681,99 na próxima legislatura, os vereadores agora desfrutam de um banquete de aumento no tíquete, gerando desconforto entre a população que enfrenta desafios econômicos e que não foi convidada para esse festim financeiro.

Além disso, a Câmara, com sua sagacidade peculiar, também aprovou um projeto que concede uma gratificação aos agentes da Guarda Municipal, quem sabe para diminuir a culpa.

As recentes decisões do legislativo local levantam questões sobre a prioridade dada aos benefícios dos vereadores, que parecem flutuar acima das reais necessidades da comunidade.